Editorial
Die 15. Ausgabe der Portugal-Post fällt
zusammen mit einer anderen Jubiläumszahl, nämlich dem 5. Jahrestag der Gründung
der Portugiesisch-Hanseatischen Gesellschaft am 6. August 1996. Natürlich sind
5 Jahre nur ein Wimpernschlag in der langen Geschichte der
deutsch-portugiesischen und selbst der portugiesisch-hanseatischen Beziehungen.
Lang ist es her, dass Hamburger Kaufleute wie Michel Overstädt, Ratgeber des Königs
D. Dinis, in Lissabon eine florierende Faktorei der Hanse leiteten. Hamburger
Kaufleute waren die ersten, die nach dem schrecklichen Erdbeben von 1755
wichtige Hilfsgüter in die zerstörte Stadt am Tejo schafften. Schon 1621
hatten im Lissabonner Hafen 85 Hamburger Schiffe angelegt, mehr als in allen
iberischen Häfen zusammen, inklusive des benachbarten Spaniens. Und zwei Jahre später steuerten 101 portugiesische Schiffe (und nur 55 spanische)
den Hamburger Hafen an. Damals praktizierte die Hanse schon was wir heute
„Globalisierung“ nennen. Wir fanden es daher passend, diese auf den ersten
Blick überraschende Bezeichnung zu wählen, als wir mit Hilfe der im Kulturhaus
Eppendorf anwesenden Gründungsmitglieder einen Namen für die soeben gegründete
Gesellschaft suchten.
Der Bezug zur Hanse soll aber nicht den
Blick auf die anderen beiden wichtigen Säulen der portugiesisch-hamburgischen
Beziehungen verstellen. Die eine, die Ankunft der Sefarden seit Ende des 16.
Jahrhunderts, hat Hamburg einen großen Schub im Handel und den Wissenschaften
verliehen, hat aber, abgesehen von dem großartigen Friedhof an der Königstraße,
praktisch keine Spuren hinterlassen. Die andere, neueren Datums, nämlich die
Ankunft der portugiesischen „Gastarbeiter“ seit den 60er Jahren, prägt nach
wie vor das Leben unserer Stadt. Inzwischen gibt es die zweite oder sogar dritte
Generation der in Hamburg niedergelassenen Portugiesen und mit 11.000 stellen
sie die größte Fraktion der europäischen Nationen in Hamburg dar. Für diesen
Teil der Hamburger Bevölkerung möchte die Portugiesisch-Hanseatische
Gesellschaft eine Stätte der Begegnung und der Verständigung sein. Es handelt
sich um Portugiesen, die häufig mit Deutschen verheiratet sind und sich an den
Ufern der Elbe heimisch fühlen, andererseits aber nicht ihre portugiesische
Identität aufgeben möchten. Das sind die wahren portugiesischen Hanseaten oder
hanseatischen Portugiesen.
Und was könnte diese enge Beziehung
maritimer Art zwischen der großen Hafenstadt Hamburg und der großen
Seefahrernation Portugal besser symbolisieren als das auf diesem Titelblatt
abgebildete Segelschiff, die Rickmer Rickmers, die während vieler Jahre als
Segelschulschiff der portugiesischen Marine unter dem Namen Sagres die Meere
befuhr? Gleich am Eingang gibt es eine zweisprachige Gedenktafel, die von dem
damaligen Premierminister Dr. Mário Soares enthüllt wurde, und im Schiffsbauch
ein kleines Museum zur portugiesischen Meeresgeschichte. Und hier an dieser
Stelle haben wir genau 5 Jahre nach unserer Gründung Freunde und Mitglieder
unserer Gesellschaft zu einem kleinen Empfang eingeladen.
Inzwischen
sind wir mehr als 200 Mitglieder, nicht nur in Hamburg und Umgebung ansässige
Portugiesen, sondern auch Deutsche, die sich auf die eine oder andere Weise mit
Portugal verbunden fühlen. Sie sind nicht nur eifrige Leser unserer kleinen
Vierteljahresschrift und Besucher unserer seit einem halben Jahr existierenden
website, sondern interessieren sich offensichtlich auch sehr für diese Mischung
von Geselligkeit, Grundlage für Meinungsaustausch innerhalb jeglichen Vereins,
und kulturellen Veranstaltungen (dazu die PHG-Chronik in dieser Ausgabe). Wir wünschen
uns, dass Sie sich auch in den nächsten fünf Jahren rege beteiligen, Kritik üben,
wo es nötig ist, und somit unsere Gesellschaft voranbringen in ihrem Bemühen
um die Verbreitung der portugiesischen Sprache und Kultur und dem besseren Verständnis
zwischen unseren beiden Nationen
Esta 15ª edição do Correio Luso-Hanseático coincide com outro número bonito,
nomeadamente do 5o aniversário da Associação Luso-Hanseática a 6
de Agosto de 1996. Claro, cinco anos não são nada mais do que um esfregar do
olho na longa história das relações luso-alemães ou até luso-hanseáticas.
Longe vão os anos em que mercadores hamburgueses como Miguel Overstädt,
conselheiro do rei D. Dinis, dirigiam, em Lisboa, uma feitoria próspera da liga
hanseática. Mercadores hamburgueses foram os primeiros que depois do terrível
terramoto de 1755 transportaram bens de primeira necessidade até à cidade
vitimada sobre o Tejo. Já em 1621, atracaram no porto de Lisboa 85 veleiros
vindos de Hamburgo, mais do que em todos os portos ibéricos, inclusive os da
vizinha Espanha, juntos. E dois anos mais tarde, 101 barcos portugueses (e só
55 espanhóis) aproaram o porto de Hamburgo. A liga hanseática, nessa altura, já praticava aquilo a que hoje em dia
chamamos globalização. Por isso achámos oportuno optar por esta designação,
à primeira vista surpreendente, quando escolhemos, assistidos por mais de
quarenta sócios fundadores presentes no Kulturhaus Eppendorf, um nome para a
recem-fundada associação.
A referência
à liga hanseática não deve ofuscar os dois outros grandes pilares das relações
entre Portugal e Hamburgo. Um, a vinda dos sefarditas a partir de finais do século XVI, deu um grande incentivo ao
comércio e às ciências em Hamburgo, mas, além do magnífico cemitério na Königstraße,
praticamente não deixou rastos. Enquanto o outro, mais recente, nomeadamente a
vinda dos chamados “Gastarbeiter” portugueses desde os anos 60, continua a
marcar a vida da nossa cidade. Entretanto os portugueses radicados em Hamburgo já
estão na segunda ou até terceira geração e com ca. De 11 mil constituem a
maior fracção da comunidade europeia entre nós. É para esta secção da
nossa população que a Associação Luso-Hanseática quer ser um ponto de
encontro e uma plataforma de entendimento. São portugueses, muitas das vezes
casados com alemães, que se sentem em casa aqui à beira do rio Elba mas que não
querem perder a sua identidade lusa. São eles os verdadeiros luso-hanseáticos
ou hanseáticos lusos.
E o que pode
melhor simbolizar esta estreita relação, baseada em actividades marítimas,
entre Hamburgo, grande cidade portuária, e Portugal, grande nação de
navegantes, do que o veleiro representado na capa desta edição, o Rickmer
Rickmers, que durante muitos anos sulcou os mares como navio-escola da Marinha
Portuguesa sob o nome de Sagres? Logo na entrada, tem uma placa comemorativa
bilingue, desvendada pelo então Primeiro Ministro, Dr. Mário Soares, e no porão,
um pequeno museu alusivo à história marítima de Portugal. Foi aqui,
exactamente cinco anos depois do dia da nossa fundação, que recebemos sócios
e amigos da nossa associação para um pequeno coquetel.
Entretanto
somos mais de 200 sócios, não só portugueses radicados em Hamburgo e
arredores, mas também alemães que, por um lado ou outro, se sentem ligados a
Portugal. Não são só assíduos leitores da nossa pequena revista trimestral
ou visititantes do nosso website que existe há meio ano, mas, ao que parece,
tomam muito interesse nesta mistura entre o convívio, base de qualquer associação
e palco de troca de impressões, e actividades culturais (veja a crónica da
nossa associação nesta revista). Fazemos votos para que, também nos próximos
cinco anos, continuem a aparecer em força, teçam críticas onde for preciso
fomentando assim a nossa associação tão empenhada na divulgação da cultura
e língua portuguesas e no melhor entendimento entre as nossas duas nações.
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Portugal-Post Nr. 15 / 2001
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Das Foto von Rainer Stern zeigt die Barke "Rickmer Rickmers": heute Museumsschiff im Hamburger Hafen, früher befuhr sie als portugiesisches Segelschulschiff "Sagres" die Weltmeere
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