.
  Wir über uns    Mitglied werden    Kontakt    Gästebuch


Poemas sobre o Alentejo

 

 AMANHECER EM ESTREMOZ

Uma a uma a noite abria
à luz matinal das rolas
as minúsculas portas da alegria

in Eugénio de Andrade, Poesia

 

 

 BARRANCOS

Rente às oliveiras o aconchego
da cal flores silvestres
xisto outeiros badalos
e a respiração da terra
na saudação dos velhos

in Filipe Maçarico, Memória alentejana

 

 

ÉVORA

Quartel junto ao Mercado
onde na tendinha
do mestre Sardinha
ele me contava, estórias do forcado.
Praça Geraldo, Casa Coelho, Café Camões
era um pulo até ao Templo Diana
onde me encostava e olhando os balcões
esperava a saída da Josefa.
Snack-Bar o Taco, Rua dos Mercadores
quarto dos meus amores.

Évora,
fez de mim, o poeta que sou.

in Luís Carvalho, Quotidiano

 

  E mais dois poemas de José A. Palma Caetano*

 

GRAVURA ALENTEJANA

por entre casas brancas
sol e distância
por entre oliveiras e vinhedos
ânsias e medos
por entre espigas e bolotas
a espuma dos olhos

na terra seca e no calor
o sabor a suor
nas almas sem mistério
a luz apenas como refrigério
e na dor das horas imoladas
silêncio e nada

 

 

ALENTEJO IMPRESSIONISTA

pedaços de sentir endurecido
no solo de tão seco já sem alma
distância só distância afogueada
pelos férreos abraços da fadiga

um murmúrio da luz enlouquecida
voz trágica do tempo atormentado
e pela vastidão de tanto espaço
um sonho prolongado em infinito

por entre espigas um desejo ardente
uma canção à flor dos dias ledos
ao longe ecos talvez de passos lentos

e o tépido sorriso das estrelas
os lagos de luar e de silêncio
na hora construída de segredos


* natural de Vidigueira, leitor de português em Viena, Áustria




| Seitenanfang |





Impressum         Disclaimer
.
Portugal-Post Nr. 18 / 2002