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Die Schildkröte ist runter vom Pfahl

Von Peter Koj

Sie erinnern sich an die Geschichte von der Schildkröte auf dem Pfahl, die wir in der Portugal-Post Nr. 27 erzählten? Es war eine Anekdote, die in Portugal sehr verbreitet war, als Pedro Santana Lopes zum Premierminister ernannt wurde. Nun, die Schildkröte ist runter vom Pfahl, und es war der Präsident der Republik selbst, der sie da heruntergeholt hat. Die 133 Tage, welche die Schildkröte dort oben ausgeharrt hat, stellen eine der kürzesten Regierungsperioden in der parlamentarischen Geschichte Portugals dar. Sie waren aber prall gefüllt mit Ungeschicklichkeiten und Streitereien und gipfelten im Projekt eines neuen Geheimdienstes à la PIDE, das Santana zusammen mit seinem Kumpel Paulo Portas, dem Verteidigungsminister und ultrarechten Populisten, ausgeklügelt hatte. Nun hat Jorge Sampaio dem unwürdigen Schauspiel ein Ende bereitet, indem er das Parlament aufgelöst und vorzeitige Neuwahlen für den 20. Februar angesetzt hat.

So fügt der Playboy der portugiesischen Politik seiner beneidenswerten Karriere von fehlgeschlagenen Missionen eine weitere Station hinzu. Alles begann, als in den 80er Jahren der damalige Premierminister Cavaco Silva ihm den Posten eines Ministers verweigerte und ihm nur ein Staatssekretariat überließ. Und ausgerechnet das der Kultur, ein Bereich, in dem sich Santana am schwersten tat (so erzählte er den Reportern, er sei ein großer Freund klassischer Musik und besitze zu Hause alle Violinkonzerte von Chopin!). Von da war es nur ein Sprung zum Präsidenten von Sporting, wo er nach 2 Jahren Misswirtschaft und Versagen entfernt wurde. Darauf folgte das Bürgermeisteramt in Figueira da Foz, wo er Palmen pflanzen (die inzwischen die rauen Winde an der Praia da Claridade zerfleddert haben) und ein Casino errichten ließ, wo aber vor kurzem der Rechnungshof verschiedene Unregelmäßigkeiten in der Verwaltung und den Finanzen bei den Amtsgeschäften festgestellt hat.

Darauf folgte das Bürgermeisteramt in Lissabon, wo er sich eher durch seine Auftritte auf Feten oder in Diskotheken hervortat als bei der Erfüllung seiner Verwaltungspflichten. Unvergesslich die Nacht im Hard Rock Café an der Avenida da Liberdade , wo er zur Eröffnung eine Gitarre zertrümmerte. In Lissabon wird ihm sicherlich keiner eine Träne nachweinen, mit dem „Tunnel des Marquês“ als Symbol seiner Arroganz und Unachtsamkeit (wir haben in verschiedenen Ausgaben über die Unterführung unter dem Kreisel des Marquês de Pombal berichtet). Das Loch, das er den Lissabonnern hinterlassen hat, ist eine Wunde, die viel Zeit brauchen wird um zu verheilen.

Und genau in dem Augenblick, als er zu noch höheren Flügen ansetzte, nämlich sich für das Amt als Präsident der Republik zu bewerben, übrigens in Konkurrenz zu seinem Parteigenossen und Lieblingsfeind Cavaco Silva, bot ihm das Schicksal eine weitere Gelegenheit, sich unsterblich zu machen. Als der Premierminister Manuel Durão Barroso als neuer EU-Kommissar nach Brüssel berufen wurde, fiel Santana (den manche gerne Sacana , d.h. Schuft nennen) als stellvertretendem Vorsitzenden der PSD das Amt als Premierminister in den Schoß, zum großen Entsetzen vieler Portugiesen. Daher auch die Anekdote von der Schildkröte auf dem Pfahl.

Nun ist die Schildkröte wieder in ihrem natürliche Habitat, dem Sumpf. Man fragt sich, welches der nächste Pfahl ist, um da herauszukommen. Gerüchte, denen zufolge das Hard Rock Café Santana gerne als neuen Geschäftsführer verpflichten möchte, wurden bisher nicht bestätigt.

A tartaruga já não está no poste

Lembram-se da pequena história da tartaruga no poste, que contámos no número 27 do “Correio Luso-Hanseático”? Foi uma anedota que correu Portugal aquando da indigitação de Pedro Santana Lopes como primeiro-ministro. Bom, a tartaruga já não está no seu poste e foi o próprio Presidente da República que a mandou descer de lá. Os 133 dias que a tartaruga aguentou lá em cima constituem um dos governos mais curtos da história parlamentar de Portugal, mas também cheio de atrapalhações e contendas, que culminaram no projecto de Santana (sempre de conluio com o seu compincha, o Ministro da Defesa Paulo Portas, populista da extrema-direita) de um novo Serviço Secreto à laia da PIDE. Agora, Jorge Sampaio pôs fim ao ignóbil espectáculo dissolvendo o Parlamento e marcando eleições antecipadas para 20 de Fevereiro.

Assim, o “playboy” da política portuguesa acrescenta mais uma estação à sua carreira invejável de missões falhadas. Tudo começou quando, nos anos 80, o então primeiro-ministro Cavaco Silva lhe negou um lugar como ministro, deixando-lhe somente uma Secretaria de Estado. E logo a da Cultura, que eram as águas em que Santana pior nadava (contou, p. ex., aos repórteres que era um grande aficionado da música clássica e que tinha em casa todos os concertos de violino de Chopin!). De lá foi um salto para a presidência do Sporting, donde foi expulso após dois anos de malgovernação e insucesso. Seguiu-se a presidência da Câmara da Figueira da Foz, onde plantou palmeiras (entretanto rasgados pelos ventos agrestes da “Praia da Claridade”) e mandou erigir um casino, mas em cuja gestão camarária, há pouco tempo, o Tribunal de Contas detectou várias irregularidades administrativas e financeiras.

A seguir foi a presidência da Câmara de Lisboa, onde brilhou mais pela sua actuação em festas e boîtes do que no cumprimento dos seus deveres autárquicos. Inesquecível aquela noite no Hard Rock Café, na Avenida da Liberdade, onde esmagou uma viola na cerimónia da inauguração. Em Lisboa, com certeza, não deixará muitas saudades, com o túnel do Marquês como símbolo da sua arrogância e inadvertência (o túnel sob a Rotunda do Marquês de Pombal foi notícia em várias edições da nossa revista). O buraco que legou aos lisboetas é uma chaga que vai levar muito tempo para sarar. E exactamente no momento em que se preparava para voos ainda mais altos, nomeadamente candidatar-se à presidência da República (aliás, concorrendo ainda com o seu copartidário e inimigo de estimação Cavaco Silva), o destino ofereceu-lhe mais uma oportunidade para se imortalizar. Quando o primeiro-ministro José Manuel Durão Barroso foi chamado até Bruxelas como novo comissário da União Europeia, saiu em rifa a Santana (a quem alguns teimam em chamar “Sacana”), como vice-presidente do PSD, o cargo de novo primeiro-ministro, para grande desespero de muitos portugueses. Por isso a anedota da tartaruga no poste.

Agora, a tartaruga está no seu habitat natural, o lodo. Pergunta-se qual será o novo poste que lhe permitirá de lá sair. Boatos de que o Hard Rock Café gostava de o contratar como novo gerente ficam por confirmar.

 

 





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