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500 Anos de Mentiras Históricas?
Brasil em Santarém com F. H. C.1 e Cabral no Brasil

Por Luís Carvalho *

Em Santarém, a casa onde viveu Pedro Álvares Cabral com a sua esposa, Isabel de Castro e seus quatro filhos varões e duas filhas, donzelas, de 1503 até ao ano da sua morte em 1520, está agora transformada em Centro Cultural (recentemente inaugurado pelo Presidente do Brasil). Possui auditório, salas de estudo e documentação sobre o Brasil, biblioteca e o respectivo Bar-Cafeteria (ou não fosse o Brasil país de café e respectiva cachaça, a da famosa caipirinha). O normal para os utentes sentirem-se aconchegados. A «casa» de Cabral situa-se no centro histórico scalabitano, e mesmo ao lado do Centro Cultural, encontra-se a Igreja da Graça, onde repousam os ossos do imortal navegador.

Cabral partiu a 9/3/1500, capitaneando uma armada de treze embarcações. Avistou terra e fundeou em Porto Seguro (nome dado pelos portugueses a esta baía). Depois voltou atrás e rumou para o ponto inicial, que era o continente africano, terminando em Goa, a Jóia do Império Lusitano (até 18/12/1961, depois, foi-se... mas isto é outra estória para contar, e eu, estava lá...). Regressou a Lisboa em 1501.

Dizem que Cabral armou-se em «esperto» e tomou outro rumo, diferente do inicial, sem autorização régia, pois um ano depois de chegar a Portugal e ter sido recebido em apoteose, a segunda expedição para Goa já Cabral não comandou, por ordem directa de D. Manuel I e foi nomeado Vasco da Gama. A esperteza de Cabral, foi ter percebido que a sul havia algo, ainda não registado (não é o mesmo que descoberto, porque o hoje chamado Brasil possuia, na chegada de Cabral, cerca um milhão de índios, outro erro garrafal e que ainda hoje, bestialmente, consumimos).

Como Colombo, enganou-se no rumo (nisto temos dúvidas!) e ao norte de Lisboa, ponto de referência Açores, encontrou terra. Então Cabral, anos mais tarde, em vez de rumar à Índia (ponto de referência Cabo Verde), navegou tudo a sul, pois sabia encontrar terra, porque o norte estava confirmado por Colombo e era terra longa, a perder de vista, portanto não era ilha. Assim, Cabral, teria de encontrar algo como encontrou às quais chamaram Terras de Vera Cruz.

Cabral teria sido o primeiro branco, europeu, que disse ter descoberto o Brasil, dizem. Correcto será, dizer que foi o navegador que descobriu o caminho marítimo para o Brasil tal como Gama em relação à Índia. E aqui sim, havia os seus habitantes, os indianos. Agora, índios na América... E só na América do Sul e Central, pois a do norte (os EUA e Canadá), aqui «só» havia/há americanos.

Cabral fez bem o seu papel de «malcriado», mas teve sorte, pois o êxito foi total. Basta atentar no peso colossal da construção do Mosteiro de Mafra, infeliz cópia de Versailles, que nos envergonha, pois mataria à fome, durante décadas, a escassa população continental lusitana. Mas não, temos o monstro sagrado do «Memorial do Convento», cuja metade do edifício não é utilizado. Assim, o tratado de Tordesilhas foi respeitado, pois manteve-se em segredo alguns descobrimentos durante longos anos, para não quebrar a lei papal e termos (a Coroa Lusitana) de pagar elevadas bulas ao Vaticano para financiar cruzadas (santas) e inquisições (queimar vivo quem não é cristão. Adolfo foi um mero aprendiz, séculos depois).


* Luís Pereira Carvalho, Journalist und Publizist, engagiert sich im Rahmen des Interkulturellen Forums des Goldbekhauses, dessen Begründer er ist, besonders für die Belange der Unterdrückten in Südamerika.

1 Fernando Henriques Cardoso, nome do Presidente da República do Brasil. É costume brasileiro tratarem as pessoas pelos iniciais.




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Portugal-Post Nr. 10 / 2000