LUANDA -- O governo de Angola e o grupo rebelde União Nacional para a
Independência Total de Angola (Unita) assinaram, nesta Quinta-feira, um histórico
acordo de cessar-fogo, como um primeiro passo para por fim à guerra civil no país.
O acordo inclui uma promessa, feita pelas duas partes, para cumprir os termos
do acordo de paz de 1994, que foi abandonado há quase quatro anos.
O governo, que divulgou a notícia, afirmou que os dois lados manterão mais
conversações sobre questões políticas relacionadas ao processo de paz.
Desde o início da guerra civil, em 1975, quando o país obteve sua independência
de Portugal, três acordos de paz foram assinados – em 1975, 1991 e 1994.
O reinício das conversações de paz se seguiu à morte do líder da Unita,
Jonas Savimbi, em um confronto com forças militares, em 22 de fevereiro passado.
A guerra civil em Angola causou a morte de pelo menos meio milhão de pessoas
e produziu cerca de quatro milhões de refugiados – quase um terço da população.
A assinatura da trégua foi realizada em uma cerimônia formal, no Parlamento,
em Luanda, com a presença dos chefes do Estado-Maior das Forças Armadas e do
grupo rebelde.
Centenas de convidados, incluindo embaixadores e autoridades das Nações
Unidas, assistiram à cerimônia.
De acordo com o governo, o acordo inclui a desmobilização dos cerca de 50
mil combatentes da Unita e sua reintegração na sociedade, juntamente com suas
famílias, em um processo que deve durar de quatro a nove meses.
As Nações Unidas devem supervisionar a desmobilização em 27 centros
regionais.
O secretário-geral da Unita, Paulo Lukamba Gato, chefiou nas negociações a
comissão de rebeldes que assumiu a liderança interina do grupo.
O presidente José Eduardo dos Santos afirmou que deseja organizar eleições
nacionais o mais rapidamente possível.
(Com informações da Associated Press)
Quelle: CNN